Carta a meu pai e meu avô: Copa do Brasil

A benção, meu pai e meu vô!

Essa carta é pra contar pra vocês que hoje nosso América vai disputar o segundo jogo de uma semifinal de Copa do Brasil com chance de classificação real. É sério! Não estou contando isso só pra deixá-los felizes aí do outro lado. Nós, americanos que aqui estamos vivendo isso também custamos a acreditar de vez em quando.

Não sei se vocês puderam ver as festas lindas que fizemos pro grupo de jogadores nessa Copa do Brasil. Vivemos em época perigosa, de doença, em que o amor e o abraço pode se transformar em morte. Ainda assim, com todos os cuidados, levamos nosso amor a eles com foguetes, cantos e gritos. Mas esse grupo merece demais todos os riscos e senãos. É um grupo de guerreiros, de atletas e comissão que já enfrentaram todas as desconfianças que a imprensa pôde jogar em cima deles. Já fazem parte da nossa história, pois tornaram 2020 inesquecível pra todos nós americanos.

Acreditam que nosso técnico, um sujeito de apelido Lisca, retribuiu nosso abraço um dia desses após o jogo? Doido, o chamam. Pois a beleza surge verdadeiramente é da alma das crianças e dos loucos. Mal sabia o Lisca, que quando nos abraçou ali na Pitangui, abraçava também toda uma paixão, toda uma história, que hoje serão seus companheiros ali na beira do campo.

Hoje faremos mais uma festa na porta do nosso Estádio pra recepcionar nosso time. Em meio á fumaça dos sinalizadores, tenho certeza que verei vocês dois ao meu lado, pois cada americano lá presente em corpo ou em espírito levará junto consigo todos aqueles seus que dividiram o amor pelo América. Porque o amor pelo América é eterno e se vocês não puderam viver esse momento, o viverão através de nós, seus descendentes.

Contem as boas novas do Coelhão a todos os americanos que aí estão com vocês. Digam a nossos fundadores que vivemos um sonho. Digam a Geraldino de Carvalho, nosso fundador afrodescendente, único entre os pares de sua época, que tem jogadores no América que exaltam sua cor e sua raça. Contem a Juca Show, ao seu Fortes sapateiro, ao Kalil que faleceu esse ano, a todos os americanos que encontrarem que nosso América é cada vez maior!

Vai, Coelhão!

9 comentários sobre “Carta a meu pai e meu avô: Copa do Brasil

  1. Emocionante!
    Meu paizão foi técnico de vôlei do América e, graças a ele, seus filhos e netos torcem para o decacampeão.
    Paizão, força para nosso Coelhão hoje!

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  2. Wilson de Souza Ramos, antigo treinador de vôlei do América, graças a você, meu paizão, hoje temos uma família de apaixonados pelo Coelhão.
    Em fevereiro de 2021 o senhor completaria 102 anos. Mesmo estando em outra dimensão, espero que seu presente de aniversário seja o título do América campeão da Copa do Brasil 2020.

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  3. Parabéns pelo texto Jairo…tais sentimentos narrados por você ficaram perpetuados a partir da paixão pelo América transmitida pelo meu pai. Ser Coelhão é ter um sentimento imortal em nós!

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  4. Lindo texto! Descreve exatamente o sentimento que nós AMERICANOS trazemos no peito com tanto orgulho. Agora, estamos realizando os sonhos que nos foram ensinados com tanta paixão. AVANTE COELHÃO!!!! 😍🥰😍🐇🐰🐇

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  5. Parabéns e obrigado Jairo.
    Este texto traduz a paixão que só nós verdadeiros americanos sabemos o que representa.
    É sentimento fraterno que emana muita saudade daquele um dia me ensinou esta religião.
    América, enquanto tiver descendente meu neste mundo,você nunca estará só.

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