Após mais um jogo ruim dos comandados pelo Lisca, veio a dolorosa desclassificação na Copa do Brasil para o poderosíssimo Criciúma. O “possante” esquadrão da capital do carvão, que foi rebaixada no campeonato catarinense, mostrou-se mais uma vez ser um adversário indigesto e Paulo Baier novamente conseguiu dar uma nó no Lisca.
Apesar de o América ter entrado bastante modificado, começou dominado pelo Criciúma, que abriu o placar em uma bizarra pane defensiva da nossa zaga. E apesar de termos tido mais posse de bola no total, muito por conta da retranca armada pelo Criciúma depois de estarem a frente do placar, foram eles quem levaram mais perigo e finalizaram mais, um total de 12, sendo 6 delas no alvo, contra 8 nossas, sendo 5 no alvo. E depois de mordorrentos 15 minutos finais em que imperou a cera no lado deles e uma total inoperância do nosso time após as substituições, fomos superados nos pênaltis, protagonizando cobranças horríveis, em especial a do protegido de Lisca, Leandro “Cachaça” Carvalho.
E é nesse clima de velório pela eliminação para um time fraco e a perda de 2,7 milhões por conta desta que vamos encarar o Flamengo no domingo, podendo superar o nosso pior começo de campeonato brasileiro se não conseguirmos ao menos empatar a partida, uma vez que em 2016 após duas derrotas iniciais conseguimos um pontinho diante do Vitória após o doloroso 1-1 no indepa.
Tal situação traz toda a lembrança daquele ano que todos gostaríamos de esquecer, mas afinal, estamos repetindo os erros daquele ano?
Muitos dizem que sim por termos começado a temporada sem um diretor de futebol, termos feito contratações ruins e nos iludido por uma boa campanha no campeonato mineiro. Entretanto, acho que cabe uma recapitulação dos fatos para vermos que não foi tão similar assim.
É verdade que em 2016 nós começamos a temporada sem diretor de futebol, após a saída do Osvaldo torres no fim da temporada de 2015, só fomos ter um diretor de futebol no dia 18 de abril, quando foi anunciado o Sidiclei Menezes para o cargo. Até então as contratações para o inicio da temporada já haviam sido feitas, tínhamos acabado de derrotar o Cruzeiro por 2×0 no jogo de ida das semis do mineiro e nos encaminhávamos para jogar contra o Red Bull pela Copa do Brasil.
Neste ano, Armando Dessessards foi anunciado no dia 24 de Fevereiro, bem no inicio da temporada. Até ele ser anunciado havíamos contratado apenas o Ricardo Silva e os demais jogadores foram chegar na semana seguinte ao seu anúncio.
Portanto, pode-se até reclamar que houve demora em anunciar um diretor vide que o Bracks saíra para o Inter no fim de dezembro/início de janeiro, mas ele o Armando já estava no clube no momento da maioria das contratações, esteve presente na venda do Messias e do imbróglio com o Ademir. Ou seja, tem culpa também na questão de montagem do time.
Outro ponto que é injusto compara é que o Sidcley em 2016 não gostava de Givanildo e queria trocar o comando técnico para um treinador com visões mais modernas de Futebol. Entretanto, o velho Giva ganhou o mineiro e passou pelo Bragantino e pelo Bahia na Copa do Brasil. O que leva ao segundo ponto: A ilusão com o elenco.
Muitos dizem que o título Mineiro em 2016 mascarou a ruindade do time, mas a verdade é que o próprio Givanildo alertava que a Série A era diferente e que precisaríamos de reforços. Os reforços não vieram e após perder para a Ponte Preta na quinta rodada por 2×1 (Jogando sem atacantes de ofício, uma vez que os que tinham no elenco estavam lesionados), Giva deixava o comando da equipe.
Esta é uma grande diferença para esse ano, afinal Armando Dessessard é um dos parceiros que o mundo da bola deu ao Lisca, e podemos dizer que essa amizade foi o principal fator para a escolha do Desossado para o departamento de Futebol neste ano. Alinhado com Lisca, ele estava no clube quando negociamos com outros “parças” do treinador (Cachaça, Ruschel, Eduardo e Juninho Valoura), bem como compactuou com a venda do Messias para o seu ex-clube, o Ceará, por míseros 2 milhões de reais.
Ao que pese tanta sintonia, na torcida não dá para dizer que todos se iludiram com o campeonato mineiro. Afinal, era sabido que o time era o mesmo da última série B e, já no mineiro, apresentava os mesmos problemas da última temporada.
Ou seja, a similaridade entre 2016 e este ano é a de termos times ruins e termos contratados jogadores sem nível para a série A, mas os motivos são distintos. Se em 2016 tivemos as primeiras contratações sendo feitas ao bel prazer de dirigentes, sem ter um diretor de futebol conduzindo o processo, seguido por um processo de queima do treinador pelo Sidcley, neste ano tivemos foi um endosso máximo ao treinador e a satisfação de todos os seus caprichos para que ele renovasse. Dando ao Lisca o poder escolher o seu superior direto (Armando Dessessards) e indicando jogadores sem nível para disputar uma série A do Campeonato Brasileiro, apenas por serem amigos pessoais seus.
A diretoria errou em ambos os anos na condução do futebol, é ao que pese que nosso orçamento é um dos menores do campeonato, ele foi muito mal gasto pagando a Futbox para planejar uniformes questionáveis e que agridem a identidade visual do clube, mal gasto para um influencer não relacionado ao América para fazer o lançamento, mal gasto ao aumentar o salário do treinador para além das realidades do clube e buscar um diretor de futebol e quatro jogadores com salários altos apenas por serem amigos do técnico. Esse mesmo dinheiro poderia ter rendido contratações muito melhores.
Agora só nos resta torcer para que estes erros distintos não levem a um resultado igual ao de 2016, pois mais do que aniquilar a esperança que tínhamos de um ano bom, vai devastar também as finanças do clube. O que traria um 2022 ainda mais triste.