
Foto: Daniel Hott/América
Num primeiro momento, pode parecer loucura afirmar isso, não é mesmo? Poxa, o América quase não atacou o Cruzeiro e ainda perdeu, mas ganhou de 3 a 0 do Uberlândia com dois gols em menos de dez minutos!
Mas você não entendeu errado: na minha visão, o América foi melhor no clássico do que no jogo diante do Uberlândia. E há elementos para defender essa tese…
Coelhão no clássico

YouTube/CBF TV
No estádio do Governo de Minas, o técnico Enderson Moreira se equivocou ao colocar três atacantes, ainda mais um deles sendo Luan. Não conseguimos passar pelo adversário por falta de habilidade dos homens de frente e os deixamos trocar passes perto da nossa área, já que faltou um terceiro volante para impedir isso.
Pelo menos não demos muitas chances de gol ao Cruzeiro, pois a marcação (desde os atacantes) estava organizada e eficiente, tanto que só perdemos por um golpe de sorte. Se não dava para vencer com aquela formação de 4-3-3, pelo menos era para empatar ou esperar por uma sorte do nosso lado.
É fato que a primeira coisa que um técnico precisa fazer é acertar o sistema defensivo. E o América mostrou essa força no clássico.
Coelhão contra o Uberlândia
No interior, Enderson Moreira sacou Luan – e o esquema totalmente ofensivo –, experimentando Aderlan de ponta direita. Independentemente disso, fizemos dois gols em sete minutos, marcamos mais um no segundo tempo e poderíamos ter saído do Triângulo Mineiro com uma sonora goleada – não conseguimos por puro preciosismo.
Só que precisamos parar de comemorar aí, pois o placar não reflete o que foi o jogo.
Todos sabemos que o Uberlândia não é parâmetro de nada, ainda mais assustado com dois gols e com a torcida colocando pressão. Ou seja, ainda precisamos avaliar as opções ofensivas – laterais incluídos – em mais partidas.
O principal problema do América na partida foi a marcação, tanto perto da área quanto no meio-campo. Pode ser que o nervosismo do jovem goleiro Glauco tenha desconcentrado a dupla de zagueiros e os laterais, pois você fica mais preocupado em não deixar a bola perto da área e acaba se perdendo um pouco. O lance mais emblemático disso foi aquela bola cruzada que Glauco furou e bateu na cabeça de Messias, quase indo para as redes.
Serginho dá sinais de que pode ajudar ofensivamente, mas precisa dar mais combate na marcação também. Em alguns lances, ele nem se preocupou em cercar o adversário, o que é inadmissível no futebol de hoje, pois pode quebrar a marcação. David, que é conhecido por rodar a bola por causa dos passes, errou-os em sua maioria.
Se o Uberlândia fosse um pouco melhor, poderia ter diminuído o placar e colocado fogo no jogo, o que teria sido um desespero só! Eles não ficaram tão longe disso, mas ainda bem que deu tudo certo.
Chamou atenção também a confusão que Enderson Moreira arrumou nas substituições…
Com o América vencendo por 2 a 0, ele tirou David e colocou Gerson Magrão, em tese um jogador mais ofensivo. Por que não dar uma chance a Christian, que é volante e tem condições de disputar espaço com David?
Depois, sacou Serginho e colocou no lugar Capixaba, acabando com o homem da armação e voltando aos três atacantes, mesmo com o América vencendo por 3 a 0. Não teria sido melhor colocar Renan Oliveira ou Gerson Magrão, até para segurar o ímpeto ofensivo do time, diminuindo o desgaste físico?
Já aos 44 minutos, Enderson tirou Aderlan – ele não foi bem como ponta, mas vale ser mais testado – para colocar Renan Oliveira, teoricamente voltando com o camisa 10. Talvez agora fosse o momento de colocar Capixaba, mantendo o sistema com dois atacantes.
Conclusão
Se o América tivesse tido o mesmo comportamento de quando enfrentou o Uberlândia contra o Cruzeiro, teríamos sério risco de sofrer muitos gols. Cabe a Enderson Moreira avaliar se foi só por causa de Glauco que a marcação esteve meio desligada. Abrir 2 a 0 tão rápido pode relaxar os jogadores, mas isso não pode acontecer contra nenhum time.
É importante frisar, no entanto, que o caminho do América nesse início de temporada é promissor. Os jogadores estão confiantes, vencer de 3 a 0 após uma derrota no clássico mostra isso. É o primeiro passo para a permanência na Série A, mas ainda há muito caminho até lá. Continuemos fortes e sempre atentos para manter a evolução, corrigindo os erros.
Matheus Laboissière
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