Rádio-Polícia

Nascido e criado no Bairro da Graça, nas barbas e sob a machadinha de São Judas Tadeu, estudei no turno da manhã em um colégio próximo. Quando voltava da escola, passava sempre em frente ao “Seu Fortes”, sapateiro de mão cheia, com seu radinho sempre um volume acima do recomendável, sintonizado na Itatiaia ou na Inconfidência na hora do almoço, para ouvir o futebol. Americano como eu, trocávamos frequentemente as lamúrias de americanos vivendo os anos 80 e 90 do Coelhão. Um dia, após um dos vários assaltos que sofremos da cachorrada, passei por ele e seu radinho tocava um samba, que ele acompanhava com o martelo consertando a sola do sapato de algum vizinho. Melhor que a indignação é a indignação compartilhada. Portanto, parei na oficina do Seu Fortes pra compartilharmos a revolta, quando perguntei o que a rádio dizia sobre o assalto. Veio a resposta seca: “Se eu quisesse ficar revoltado com a roubalheira, ouvia a Glória Lopes, no Rádio-Polícia. Só vão falar que o Atlético é um timaço e o ‘Ameriquinha’ teve lances polêmicos. Vou ouvir não!”.

Assalto

Se “Seu Fortes’ estivesse entre nós, hoje seu rádio de pilha tocaria um samba, pois nesse quesito, tudo continua igual. Salum, nosso atual cacique, definiu: “Este é o velho futebol mineiro ” e acrescento, Futebol Mineiro Raiz no pior sentido possível. Essa coluna poderia aqui ficar falando de quantas vezes fomos roubados no Campeonato Mineiro, em favor do lado canino (sem ofensa a esses verdadeiros amigos que são os cães) e do lado fresco da lagoa. Serjão poderia fornecer as estatísticas e o Marinho prover o contexto psicológico, histórico e social dessa palhaçada toda.  O verdadeiro fato inconteste é que ontem jogamos contra um time apoiado pela imprensa e pela FMF, na figura de seu presidente que frequenta os bailes de carnaval vestido de Frango com camisa de presidiário e é conselheiro votante de um dos times que disputa o campeonato por ele organizado. Sempre apoiado e em necessidade de apoio, esse time, após duas semanas de “nãos”  e dois meses de falta de futebol em campo, precisavam urgentemente de fatos novos que justificassem um ano de péssimo planejamento. Para isso, valeu a fofoca, o “disse-me-disse” e, por fim, o que fosse necessário em campo e fora dele. Falar mais do que isso seria arriscar um  processo por injúria. Mas cada americano sabe bem do que falo.

AMG 0x3 FMF | VOTAÇÃO: BALA E COLATINA

Com grande atuação do ponta-direita Guilherme Dias Camilo para o Patético — é, aquele mesmo — a história do placar foi escrita. Mas e pelo América? Quem foi o melhor e o pior em campo? Vote no formulário abaixo:

Candidato a ídolo

Ahhh, o ídolo! Esta figura tão importante dentro do mundo do futebol. Em nossa história, temos vários: Jair Bala, Juca Show, Milagres, Satyro Taboada e tantos outros que honraram nosso manto verde e preto com a dedicação que merecemos. Mas, atualmente, um certo garoto bom de bola tem se colocado como candidato a este posto: Zé Ricardo!

Natural de Bom Jesus do Amparo e ex-vendedor de pastéis na beira da BR-381, Zé Ricardo vem conquistando cada vez mais espaço no time e moral com a torcida americana. O “Zé do Coelho” tem, hoje, todos os ingredientes para, com o tempo, se tornar um ídolo americano.

Amor à camisa
Ídolo que se preze tem que ter identificação com o clube. Isso o Zé Ricardo tem de sobra. Oriundo das categorias de base do clube, o Zé do Coelho não se cansa de demonstrar o amor pelo América. É nítido o orgulho dele em defender as cores americanas, dizendo isto aos quatro cantos. Esse amor é tão grande que até mesmo no Natal, de folga entre os familiares, o volante candidato a ídolo foi visto vestindo o manto verde. Nada de tão surpreendente, afinal a noite de Natal costuma ser aquela em que costumamos escolher a melhor e mais bonita roupa, certo?

Carisma
Zé Ricardo está se tornando o queridinho das entrevistas. A humildade e o carisma do garoto tem encantado o público e os jornalistas. Terminadas as partidas, é hora de colocar o fone de ouvido e ouvir a simpatia e os inocentes palavrões do Zé do Coelho. E, logo depois do palavrão “escapulido”, vem o “Deus que ajude” do carismático Zé, ao agradecer pelo já tradicional relógio, prêmio dado ao melhor em campo. Em uma era em que jogadores de futebol dão respostas padronizadas, chatas e politicamente corretas, o Zé Ricardo foge à regra, esbanjando espontaneidade.

Zé Ricardo Mourão Panda

O sorriso fácil de Zé Ricardo – Foto: Mourão Panda (@photompanda)/América

Permanência no clube
Um ponto importante para que um jogador se torne um ídolo de um clube é o “tempo de casa”. Zé Ricardo está no América desde março de 2013 e, neste ano, renovou o seu contrato, que agora vai até 31 de dezembro de 2022. São 5 temporadas de contrato garantido pela frente. Tempo mais que suficiente para que a moral do jovem volante cresça ainda mais com a torcida. Porém, é óbvio que, durante este período, Zé Ricardo será cortejado por equipes mais poderosas do futebol brasileiro e mundial. O que nos resta é a esperança de que a identificação do volante com o clube, aliada à recente postura do América em manter suas joias, garanta uma longa permanência do Zé do Coelho no CT Lanna Drumond.

Raça
A garra de vencer demonstrada em campo é elemento importantíssimo na trajetória de um ídolo. Ainda mais para um volante. E esta já é uma característica muito forte no jovem Zé. Em entrevista recente, Zé Ricardo disse que, para ele, “treino é jogo e jogo é Copa do Mundo”. E isso não fica apenas nas palavras. Em nossa casa, no Estádio Independência, é prazeroso ver o Zé do Coelho lutando por cada bola, independente do adversário. Em partida contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro de 2018, o jovem volante americano não abaixou a cabeça para os experientes atletas adversários. Pelo contrário! Zé Ricardo participou de jogadas duras e não fugiu dos confrontos do jogo. O sangue verde corre nas veias!

Zé chorando

Zé Ricardo emocionado com o título de Campeão da Série B 2017 – Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Bom futebol
Um jogador apenas com amor à camisa, carisma, permanência e raça, será, no máximo, uma figura importante e querida no clube. O que falta para esta conta fechar e a idolatria vir é ser bom de bola! Zé Ricardo é um jogador de qualidade desde os tempos de categoria de base. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016, o Zé do Coelho já chamava a atenção pelo estilo pegador na marcação, aliado ao refinado passe na saída de bola, chegando a aparecer como surpresa no ataque. E, no profissional, a coisa não está diferente. Dono de uma personalidade forte em campo, ele fez parte do melhor sistema defensivo do Brasil em 2017, além de facilitar a saída de bola e a vida dos armadores e atacantes.

Em ano eleitoral, está oficialmente lançada a candidatura de Zé Ricardo ao cargo de ídolo da Nação Americana! Se será eleito, o tempo e o “eleitorado” americano é quem vai dizer.

Walisson Fernandes
twitter.com/FernandesWali


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A partida de 106 anos

Belo Horizonte , como foi uma cidade planejada, teve uma inauguração oficial: 1897. Logo, em 1912, ano da fundação do América F. Clube, a cidade era uma mera “debutante” de 15 anos.

A cidade nascia quase junto com uma partida eterna, que jamais terminará. Essa partida é o clássico América x Atlético, que já foi América x Athlético, clássico das multidões, galo x coelho, etc. Ao longo das Eras, atravessando ditaduras, cortinas de ferro, Guerras frias, tsunamis, terremotos no mundo, Copas, o clássico resiste a tudo.

Convencionalmente uma partida possui dois tempos. Essa já possui 2.404 tempos, já passou da esfera dos milhares. Começamos bem com a vitória de 1 x 0, gol do Júlio Cunha em 14 de Junho de 1914. Também em 1914 se deu a primeira goleada do COELHÃO, 4 x 0. O campeonato mineiro oficialmente começou como “campeonato da cidade” e só teve início em 1915. Sim, senhoras e senhores. O clássico é mais velho que até o Campeonato Mineiro. O clássico existe antes da estratosfera, das placas tectônicas, ouso a dizer que Caim e Abel estiveram cada um de um lado, vestindo os panteões dos dois clubes em algum embate do Prado Mineiro.

Foto de Marinho Monteiro ao lado de Jair BalaAo longo das décadas, o COELHO foi visto de formas diferentes. Era a máquina demolidora do Deca, depois o contestador do profissionalismo, a fênix da ressurreição da Nova Alameda, o resistente da tríplice coroa, o tradicional da era Mineirão, regido pelo maestro Jair Bala, o quase extinto dos anos 80,  a retomada das grandes vitórias em clássicos dos anos 90 e a reconstrução dos ano 2000.

Independente dessa forma como o América estava, era clássico o Coelho dar a vida no jogo mais importante do ano. E daí surgem exemplos épicos: como o Coelho, que mal tinha campo para treinar, ganhar de uma seleção atleticana com gol do Luís Carlos Gaúcho. Tradição não se explica. Essa partida tem vida própria.

Por ela ter autonomia na sua existência, ela não depende de campeonatos. Ela nasceu antes. Muitos do futebol moderno olham o clássico depois de olhar em que campeonato ele está inserido, ou até mesmo em qual fase, para atribuir relevância. O clássico vem antes disso tudo. Pode ser um inimistoso (amistoso não ouso dizer) ou uma possível semifinal de Libertadores (um dia chegaremos). Não importa. É América x Atlético, antes de tudo. Tem que vencer! Quando digo que é muito mais que 3 pontos, não significa o aspecto de pontuar somente na tabela. É o coração do perpétuo que está em jogo. É mais um tempo daquilo que nunca terá fim. É a auto estima para a nossa sobrevivência institucionalmente. Estranho, “eles”, que se julgam sempre superiores e nos tratam como “mequinha”, simplesmente cobiçam tudo que temos, desde o início da história. Estranho cobiçar aquilo que se julga inferior, não é? São incoerentes até nisso.

Isso não é de hoje:

– Fizeram de tudo para tomar o Independência.

– Fizeram de tudo para colocar arquibancadas metálicas do jeito deles.

– América, histórico revelador de talentos, sempre teve seus craques mega desejados pelos carijós. E pior, era “obrigatório”, na visão deles, passar para eles a preço de banana.

– Várias vezes em priscas eras queriam fundir as estruturas. Fundir no caso para o América deixar de existir e eles manterem todos os seus simbolismos na instituição.

– Usam o 9×2 como a maior partida deles contra o Cruzeiro. Sendo que o 9×2 foi uma partida do contexto dos DEZ anos de títulos seguidos do América. E justo o DECA do Coelho é ACHINCALHADO por eles. Estranho. Enaltecem uma partida e desdenham 10 canecos do mesmo contexto… Isso explica como um jogo pode ser maior que tudo. Sem contar que o Cruzeiro assumiu ter perdido de propósito para o América não abocanhar o 11º título seguido, confissão do zagueiro Ninão e já publicado no Estado Minas e no livro Futebol do embalo da nostalgia, do Plínio Barreto, citação na página 108. Sim, juntaram todas as forças para acabarem com o América. Até duas ligas foram feitas em 1926 para minar a máquina do DECA.

– Alegam ser o clube do povão sendo que tem os ingressos mais caros e o sócio-torcedor mais elitista do futebol mineiro. Chamam o nosso COELHO, o time das entradas mais modestas e populares, como excludente. América, justo o único clube fundado por negro em Belo Horizonte, Geraldino de Carvalho. Aquele formado por crianças que aceitavam tudo e todos em seu quadro, com o nome escolhido por uma menina num sorteio, Alda Meira, que aceitou até os dissidentes do Atlético na famosa briga de 1913, aonde gente lá de dentro saiu e prometeu acabar com eles, o que foi realmente feito, já que o deca campeonato de 1916-1925 foi construído com auxílio daqueles ex-alvinegros que juraram vingança. O nosso reduto até os dias de hoje é o ambiente mais familiar do futebol mineiro. É muito comum se cumprimentar aquele que jamais conversou com a gente, ou enturmar logo de cara. Por isso é comum muitos americanos irem sozinhos ao campo e mergulhar nesse universo de novas e antigas amizades.

Posso ficar o ano inteiro citando fatos. Um ano não é nada pra aquilo que é eterno. Assim, até na antiga “purrinha” na frente do Café Nice, se tiver um atleticano do outro lado, é vencer ou ganhar.

Aliás, é costumeiro conhecermos o clássico antes mesmo de ir ao jogo propriamente dito. Meu saudoso avô, me levando para o parque dos Mangabeiras, ao levar uma fechada acintosa na av. Afonso Pena, com todo pudor, avisa: “sai pra lá atleticano”. Para uma criança de cinco ou seis anos, entendia que era o pior dos xingamentos. E com o tempo, tive trabalho para “desfazer” essa lavagem cerebral.  Se bem que quando ouço o soar do apito de mais um tempo dessa batalha, aquela criança aparece ao meu lado caladinha e segura a minha mão. Há mais de 30 anos.

O Mineirão ou o Independência com um barulho ensurdecedor da vibrante massa rival, é o cenário que faz um modesto time americano encarar ataques milionários. São os dedos cruzados de cada americano. É o típico jogo em que até os que se foram descem à Terra para conferir.

Esqueço o campeonato, ou a fase. Em qualquer situação, balançar a rede alvinegra me faz a pessoa mais feliz do mundo.

Todos ao Independência para apoiar os comandados do Enderson Moreira. Eles passam, as camisas dos dois times continuam se digladiando. A camisa deles, eles torcem contra o vento. A nossa é mais pesada porque tem sangue jorrado pela luta da sobrevivência. E sangue não evapora como água do suor. Fica no tecido, marcado. Não sai nem com lavagem. Não torcemos contra o vento. Rimos dos furacões.

América, eu te amo.

Mário César Monteiro
twitter.com/MarioMonteirone


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Coelhão foi melhor no clássico do que contra o Uberlândia

Uberlândia 0x3 América

Foto: Daniel Hott/América

Num primeiro momento, pode parecer loucura afirmar isso, não é mesmo? Poxa, o América quase não atacou o Cruzeiro e ainda perdeu, mas ganhou de 3 a 0 do Uberlândia com dois gols em menos de dez minutos!

Mas você não entendeu errado: na minha visão, o América foi melhor no clássico do que no jogo diante do Uberlândia. E há elementos para defender essa tese…

Coelhão no clássico

YouTube/CBF TV

No estádio do Governo de Minas, o técnico Enderson Moreira se equivocou ao colocar três atacantes, ainda mais um deles sendo Luan. Não conseguimos passar pelo adversário por falta de habilidade dos homens de frente e os deixamos trocar passes perto da nossa área, já que faltou um terceiro volante para impedir isso.

Pelo menos não demos muitas chances de gol ao Cruzeiro, pois a marcação (desde os atacantes) estava organizada e eficiente, tanto que só perdemos por um golpe de sorte. Se não dava para vencer com aquela formação de 4-3-3, pelo menos era para empatar ou esperar por uma sorte do nosso lado.

É fato que a primeira coisa que um técnico precisa fazer é acertar o sistema defensivo. E o América mostrou essa força no clássico.

Coelhão contra o Uberlândia

No interior, Enderson Moreira sacou Luan – e o esquema totalmente ofensivo –, experimentando Aderlan de ponta direita. Independentemente disso, fizemos dois gols em sete minutos, marcamos mais um no segundo tempo e poderíamos ter saído do Triângulo Mineiro com uma sonora goleada – não conseguimos por puro preciosismo.

Só que precisamos parar de comemorar aí, pois o placar não reflete o que foi o jogo.

Todos sabemos que o Uberlândia não é parâmetro de nada, ainda mais assustado com dois gols e com a torcida colocando pressão. Ou seja, ainda precisamos avaliar as opções ofensivas – laterais incluídos – em mais partidas.

O principal problema do América na partida foi a marcação, tanto perto da área quanto no meio-campo. Pode ser que o nervosismo do jovem goleiro Glauco tenha desconcentrado a dupla de zagueiros e os laterais, pois você fica mais preocupado em não deixar a bola perto da área e acaba se perdendo um pouco. O lance mais emblemático disso foi aquela bola cruzada que Glauco furou e bateu na cabeça de Messias, quase indo para as redes.

Serginho dá sinais de que pode ajudar ofensivamente, mas precisa dar mais combate na marcação também. Em alguns lances, ele nem se preocupou em cercar o adversário, o que é inadmissível no futebol de hoje, pois pode quebrar a marcação. David, que é conhecido por rodar a bola por causa dos passes, errou-os em sua maioria.

Se o Uberlândia fosse um pouco melhor, poderia ter diminuído o placar e colocado fogo no jogo, o que teria sido um desespero só! Eles não ficaram tão longe disso, mas ainda bem que deu tudo certo.

Chamou atenção também a confusão que Enderson Moreira arrumou nas substituições…

Com o América vencendo por 2 a 0, ele tirou David e colocou Gerson Magrão, em tese um jogador mais ofensivo. Por que não dar uma chance a Christian, que é volante e tem condições de disputar espaço com David?

Depois, sacou Serginho e colocou no lugar Capixaba, acabando com o homem da armação e voltando aos três atacantes, mesmo com o América vencendo por 3 a 0. Não teria sido melhor colocar Renan Oliveira ou Gerson Magrão, até para segurar o ímpeto ofensivo do time, diminuindo o desgaste físico?

Já aos 44 minutos, Enderson tirou Aderlan – ele não foi bem como ponta, mas vale ser mais testado – para colocar Renan Oliveira, teoricamente voltando com o camisa 10. Talvez agora fosse o momento de colocar Capixaba, mantendo o sistema com dois atacantes.

Conclusão

Se o América tivesse tido o mesmo comportamento de quando enfrentou o Uberlândia contra o Cruzeiro, teríamos sério risco de sofrer muitos gols. Cabe a Enderson Moreira avaliar se foi só por causa de Glauco que a marcação esteve meio desligada. Abrir 2 a 0 tão rápido pode relaxar os jogadores, mas isso não pode acontecer contra nenhum time.

É importante frisar, no entanto, que o caminho do América nesse início de temporada é promissor. Os jogadores estão confiantes, vencer de 3 a 0 após uma derrota no clássico mostra isso. É o primeiro passo para a permanência na Série A, mas ainda há muito caminho até lá. Continuemos fortes e sempre atentos para manter a evolução, corrigindo os erros.

Matheus Laboissière


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Decadentes #121 – Uberlândia 0x3 Amêrica (Mineiro 2018)

Primeiro Baile do Carnaval 2018. Dois gols em 7 minutos, Príncipe Adam finalmente se transformando em He-man, e um jogo consistente nos três setores. Uberlândia fraco? Sei não, acho que o Coelhão soube se impor.


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#AcreditaAmérica #DecadentesAMG #Coelhão

Estamos com o bloco na rua!

Escrever após uma vitória de 3 tentos deveria ser fácil. Não é. A vontade de gritar uma superioridade inconteste é tentadora, sobretudo após a derrota dolorida para as meninas. Mas a vitória de ontem sobre o Uberlândia mostrou que nosso bloco está na rua para esse Campeonato Mineiro.

O Coelhão de Enderson Moreira tem mostrado desde o ano passado uma constância defensiva excelente, que ao contrário do que alguns dizem, não se deve apenas à qualidade de nossos zagueiros, mas de um meio de campo bem organizado, com ótimo desarme e um comprometimento geral com a marcação.

Faltava no time a saída de bola qualificada no meio. Em função disso, na Série B, nosso ataque precisava voltar para buscar a bola, com Bill fazendo o pivô e Luan e Matheusinho pelas pontas. A função de armador, essa ave rara do futebol brasileiro, cabia ao Renan ou Magrão. Mas a verdade é que ambos não têm o “cacoete” de armador.

Do atacante, pedimos “faro de gol”. De um volante, queremos raça e disposição. O zagueiro deve dar ao time estabilidade e segurança. Mas o armador, o tal camisa 10, precisa dar ao time o componente mais raro de todos: Genialidade. E este é o problema, meu amigo! Genialidade, no futebol, no Brasil, no mundo, está em falta. Foi substituída pela mecânica construção, pela bovina aceitação dos padrões e pela eficiência enganosa.

Renan não é esse péssimo jogador, a eterna Geni do América, onde jogamos pedras para justificar nossa indignação. Mas genialidade é encontrar caminhos onde não existem, é ver o que não foi visto. Renan é um talismã, alguém que participa do grupo com dedicação e merece todo o respeito do americano por isso, vestindo essa posição de armador em obediência ao técnico. Gérson Magrão na função de armador, com todo o respeito ao jogador, é como colocar um peixe para disputar os 100 metros rasos. Suas boas características são outras, não o insight necessário a um bom armador. Nosso time de Série B se moldou em torno dessa dificuldade.

Ao que parece, encontramos alguém para esse espaço. Serginho, que veio do Santos, fez sua primeira partida como titular e ouso desobedecer aqui a “Regra dos Cinco jogos de Sérgio Tavares”, que os ouvintes do Decadentes já conhecem em verso e prosa. O primeiro jogo de um novato no time é sempre algo de enganoso. A crônica da estreia tem tudo para ser leviana e ufanista.

A questão é que Renan e Magrão são velhos conhecidos nossos e sabemos seus limites e potenciais. No jogo de ontem, Serginho mostrou uma movimentação inteligente e boa habilidade de passe, recompondo bem o meio na perda da bola e participando na maior parte das jogadas de perigo que o América ofereceu, incluindo os gols. Genialidade é uma palavra assustadora, mas não se compreendida como a capacidade de achar brechas, espaços invisíveis a olho nu. O bom armador é como um bom general, que observa o movimento inimigo e se movimenta em busca da vantagem.

A dupla Zé Ricardo e David no meio está cada vez mais segura e entrosada. Ficar aqui elogiando o Zé do Coelho é desnecessário. Revelação da base que ainda trará alegrias a todos nós, inclusive defendendo a amarelinha. David tem mostrado real evolução.

Outra revelação da nossa base, o Glauco, se mostrou bastante nervoso ontem. Não acho que seja mau goleiro. É jovem e oscilará como todo jovem. O grupo precisa apoiá-lo, pois o Jory, reserva imediato, também é jovem.

A mudança no esquema promovida pelo Enderson parece ter produzido uma aproximação entre os setores, de forma que produzimos mais jogadas de triangulação e uma chegada mais rápida e qualificada ao ataque. Mesmo considerada a fragilidade do Uberlândia, o esquema parece promissor.

Mantendo esse esquema contra os caninos de Vespasiano, acredito que a vitória no domingo pós-carnaval pode acontecer. Clássico é outra coisa. Como diria Nelson Rodrigues, é daquelas coisas criadas antes do céu e da terra. Mas como eu quero a vitória nesse clássico!

Jairo Viana
twitter.com/jairovianajr


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Santo de casa não faz milagre…

Headere_Estatisticas_2018

Existe uma teoria de parte da torcida americana: técnicos mineiros no América respeitam demais a dupla fajuta.

Pra comprovar isso (ou não), o Decadentes fez um levantamento dos últimos 13 anos, de 2005 até hoje. Nesse período passaram pelo Coelhão 23 técnicos, mas somente 16 ficaram aqui tempo suficiente pra jogarem contra Atlético/Patético e Cruzeiro/Marias, são eles:

Os mineiros Léo Condé, José Angelo, Flávio Lopes, Vantuir Galdino, Procópio Cardoso, Alemão, Marco Aurélio, Mauro Fernandes, Moacir Junior e Enderson Moreira. E os forasteiros José Maria Pena, Nedo Xavier, Givanildo, Paulo Comelli, Silas e Sérgio Vieira.

Nesses 13 anos, jogamos contra a duplinha 52 vezes, entre amistosos e jogos oficiais, seja no mineiro, no brasileiro ou na primeira liga e nosso retrospecto geral é modesto: são somente 9 vitórias, 17 empates e 26 derrotas. Um aproveitamento de somente 28,2%.

Desses 16 técnicos, 10 nasceram em Minas Gerais e 6 são forasteiros. Entretanto, a quantidade de clássicos dirigidas por mineiros e forasteiros é bem próxima. dos 52 jogos, 28 foram dirigidos por mineiros e 24 por “estrangeiros”.

E, pelo menos neste período analisado, a teoria se comprova. Veja no quadro abaixo:

2005 a 2018 Vitórias Empates Derrotas Aprov
Técnicos Mineiros 2 9 17 17,9%
Técnicos Forasteiros 7 8 9 40,3%

Mesmo com 4 jogos a menos, os treinadores de fora das montanhas das alterosas têm um retrospecto maior que o dobro dos mineiros.

Dos citados acima, o que mais disputou clássicos é o velho  Givanildo “Mito” Oliveira com a marca de 18 clássicos nesse período sendo 6 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, um aproveitamento de 48%.

Já nosso atual técnico, o mineiro Enderson Moreira (não confundir com o “Pospiranga”) não tem o mesmo desempenho, mesmo estando a quase 600 dias dirigindo o Coelhão mais heavy metal do mundo, não conseguiu uma única vitória em clássicos sendo 7 jogos até agora com um empate e seis  derrotas, retrospecto de 4,7%.

Veja nos quadros abaixo o retrospecto de todos os técnicos citados:

Técnicos Mineiros Vitórias Empates Derrotas Aprov.
Léo Condé 0 0 1 0,0%
José Ângelo 1 0 0 100,0%
Flávio Lopes 0 3 0 33,3%
Vantuir Galdino 0 0 1 0,0%
Procópio Cardoso 0 0 1 0,0%
Alemão 0 0 1 0,0%
Marco Aurélio 0 1 0 33,3%
Mauro Fernandes 1 3 5 22,2%
Moacir Junior 0 1 2 11,1%
Enderson Moreira 0 1 6 4,8%
Técnicos Forasteiros Vitórias Empates Derrotas Aprov.
José Maria Pena 0 0 1 0,0%
Nedo Xavier 1 0 0 100,0%
Givanildo 6 8 4 48,1%
Paulo Comelli 0 0 2 0,0%
Silas 0 0 1 0,0%
Sérgio Vieira 0 0 1 0,0%

Está na hora de pensar racionalmente e entender que em Minas existem três grandes: o América e outros dois  já citados acima, sendo assim é hora de  enfrentar a duplinha como se enfrenta o Vila Nova.

O América nada teme!

Sérgio Tavares e Ramon Gregório


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Decadentes #120 – Cruzeiro 1×0 América (Mineiro 2018)

Zaga segura, ataque ineficiente e meio campo perdido o que de bom e ruim podemos tirar do primeiro desafio do ano?

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